Astrologia, uma ciência verdadeira!

O debate “Astrologia ciência ou pseudociência” vem ocorrendo há pelo menos três séculos, contando com renomados cientistas em ambos os lados do “muro”. Deste modo, a bem do rigor ético e científico, não é aconselhável pautar uma análise da questão em apenas um ou outro cientista, pois, por mais respeitados que sejam, não podem ser os detentores exclusivos da verdade, e menos ainda da verdade científica.

Nebula
Nebula

Mauricio Bernis

Atualmente, no seio da própria comunidade científica, há um movimento que conta com nomes relevantes, no sentido de questionar os parâmetros da ciência. Einstein, por exemplo, não acreditava na possibilidade quântica; no entanto, o avanço do campo científico provou que ele estava errado.

Esse equívoco não o impediu de ser um grande cientista, nem a física quântica deixou de ser uma realidade porque Einstein não acreditou nela.

Heisenberg, um dos fundadores da física quântica, declara-se antimaterialista e antideterminista, em Física e Filosofia (trad. Fr., Albin Michel, 1971, p.271), afirmando que “é possível que seja mais fácil adaptar-se ao conceito quântico da realidade quando não se passa pelo modo de pensamento de um materialismo ingênuo”.

Pauli, outra estrela no universo da física quântica, também recusa o materialismo e a causalidade; segundo ele, a lei física dificilmente pode ser considerada como causa dos fenômenos que ela permite predizer, sendo sua eficácia sobre as coisas um fenômeno ainda a ser explicado.

A recusa em aceitar a lei da causalidade une estes pensadores a outro não menos proeminente, C.G. Jung. Em sua Teoria da Sincronicidade, Jung coloca que todos os fenômenos da natureza (phisys e psyché) tem como pano de fundo a manifestação de um arranjo sem causa, que inter-relaciona todos os componentes do Universo. Ele afirmou (em Seelenprobleme der Gegenwart) que, “se as pessoas, cuja instrução deixa a desejar, acharam que poderiam até hoje, zombar da Astrologia, considerando-a uma pseudociência, há tempos liquidada, esta Astrologia, ressurgindo das profundezas da alma popular, novamente apresenta-se hoje, às portas de nossas universidades, que ela deixou há 3 séculos”.

Além dos supracitados, outros muitos cientistas questionam a ciência dentro dos limites cartesianos, como por exemplo David Bohn (físico), Einstein, F. Capra, Y. Prigogine (Nobel de química-1977), B. Josephson (Nobel de física ) etc.

O professor de Astronomia Percy Seymor, PhD em Astrofísica, apresenta uma teoria, cientificamente fundamentada, que oferece uma explicação dos mecanismos de funcionamento da Astrologia através das ondas geofísicas geradas a partir das alterações na atividade solar. Sua publicação foi traduzida para o português pela Editora Nova Era, e denomina-se Astrologia – A Evidência Científica. Dentro deste conceito de influência “geofísica”, destacam-se, ainda, alguns trabalhos:

a) Aumento das perturbações mentais

– Revista NATURE (16/11/1963): Psychiatric Behavior and Goephysical Parameters. H.Friedman, R.O Becker e C.H. Bachman. “Foi observada uma relação significativa, refletida no número de internamentos e a intensidade do campo magnético terrestre…” (Base de dados: 28.642 casos de internações em hospitais psiquiátricos do Estado de Nova Iorque).

b) Recrudescência de suicídios, aumento de número de acidentes de trabalho e de trânsito

– Universidade de Bruxelas, 1968. Possibile Relatonship Among Solar, Geophysical, Meteorological Factor and Occurence of Suicidies and Industrial and Traffic Accidents, influenced by Solar Flare, Geophysical and Meteorological – I. Örményi. (Base de dados: 24.739 casos de suicídio em Berlim, 5.479 acidentes de trânsito e 130.000 acidentes de trabalho. Todos os resultados são favoráveis a influência) – Outros trabalhos neste aspecto: Der Einfluss der Sonnentätigkeit auf die Häufigkeit von Unfällen – R. Martini / Solar-Terrestrische Beziehungen in Metereologie und Biologie – Hellmut Berg

c) Quociente intelectual, esquizofrenia e afins

– Vários estudos relacionando os meses de nascimento e/ou concepção com o quociente intelectual (Organização Mensa), deficiências mentais (hospitais psiquiátricos) e gênios humanos (Hall of Fame da Universidade de Nova Iorque, American Men of Science e A Woman of the Century): E. Huntington – Season of birth, its relations to human abilities (N.Y, John Wiley); H. Knobloch e B. Pasamanick – Seasonal variation in the births of mentally deficient (Am. J. Public Health); J.E. Orme – Ability and Season of Birth (The British Journal of Psycology); De Sauvage Nolting – Relation entre le mois de naissance et la Schizophrénie (Ned. Tijdschr Geneesk); A. Reinberg e J. Ghata – Les Rythmes Biologiques (Paris, P.U.F.)

d) Influências planetárias no magnetismo terrestre

– E.K. Biggs – Lunar and Planetary Influences on Geomagnetic Disturbance (Journal of Geophysical Reserch, 1963). – J.A. Jacobs e G. Atkinson – Planetary Modulation of Geomagnetic Activity Magnetism and the Cosmos (Londres, Oliver and Boyd, 1967)

e) Influências de ondas E.L.F./ Emissão destas ondas pelos planetas.

– G.Piccardi, ex-diretor do Instituto de Química da Universidade de Florença diz: “este conjunto de observações é já suficiente para nos permitir transferir os efeitos planetários do domínio das hipóteses, para o domínio dos fatos constatados e cientificamente verificados” (prefácio de L’Hérédité Planétaire, 1966) – J.Lequex – Planètes et Satellites (Paris, P.U.F., 1964) – H. König – Biological Effect of E.L.F. (Jour. Interdiscipl. Cycle Res., 1971) - R. Wever – The Influence of Weak Electromagnetic Fields on the Circadian Rhythm in Man (Zeit, f. vergl. Physiol., 1967)

Merecem destaque as pesquisas desenvolvidas pelo estatístico M. Gauquelin, formado pela Universidade de Sorbonne. Os resultados de seus estudos apontam para evidências cientificamente inquestionáveis, concluindo que há uma correlação positiva entre o posicionamento de determinados planetas e a escolha da carreira e sucesso profissional. Assim, por exemplo, para que seja um mero acaso que proeminentes esportistas tenham nascido com Marte em destaque no seu Mapa Astrológico, a probabilidade é de 1 em 5 milhões. Os estudos de Gauquelin (que, em sua bibliografia, apresentam extensas listas de trabalhos científicos estabelecendo correlações celestes-terrestres) podem ser encontrados nas seguintes publicações : “Cosmic Influences on Human Behavior”- Aurora Press; “How Cosmic and Atmospheric Conditions Affect your Health” – Aurora Press; “Planetary Heredity” – ACS Publications; “The truth about Astrology; written in the stars” Aquarian Press; “The Mars Effect” – Claude Benski, Prometeus Books.

Estes são alguns exemplos de estudos realizadas em ambientes acadêmicos e por não-astrólogos.

A verdadeira intenção ao elaborar este artigo é provocar uma reflexão acerca do pensamento mainstream, que reza que “o que é científico é indiscutível”, e o que “não é científico não é verdadeiro”. Particularmente, reservo-me o direito de avaliar este mito como fruto da perspectiva de uma ciência monolítica e um tanto autoritária.

O filósofo Hilton Japiassu, que não é astrólogo e confessa interessar-se por este saber por razões filosóficas, culturais e epistemológicas, afirma: “adversários e partidários da Astrologia ainda hoje se confrontam. Durante séculos, os cientistas a praticaram. E ainda hoje ela suscita paixões. Seus partidários proclamam que ela é uma verdadeira ciência. Seus adversários lhe negam todo o valor. Permanece vivo o debate epistemológico sobre a veracidade ou a falsidade desse tipo de conhecimento” (em “Saber Astrológico: impostura científica?”, págs. 28 e 29, Ed. Letras e Letras).

Podem-se encontrar diversos pensadores pós-modernos, como o epistemologista P. Feyerabend em seu Farewell to Reason, que questionam a universalidade do conhecimento científico, a pertinência de suas aplicações e o alcance de suas implicações. Tudo isso em defesa do livre-pensar e agir, da pluralidade do weltanschauung e da diversidade dos modos de viver, que podem ser ameaçados por um pensamento que se diz científico mas na verdade é totalitário, se calcado na dominação da racionalidade tecnocientífica.

O que me preocupa é menos a crença ou não na Astrologia, e mais o que está por trás deste embate – feito em nome da ciência – e os resultados aos quais pode-se chegar caso seja levado a cabo com o fervor de uma guerra santa. É necessário muito critério, cautela e conhecimentos aprofundados e multidisciplinares para se opor a um saber milenar, principalmente usando-se o nome da ciência para tal.

Por fim, cabe lembrar que até o presente momento a Astrologia não foi cientificamente refutada, ou, se o foi, quem o fez não trouxe a público tal conteúdo

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Sir Issac Newton, ao ser questionado acerca dos fundamentos da Astrologia, pelo seu colega Halley (o descobridor do cometa que leva seu nome), respondeu (in Enciclopedia Astrologica, Nicholas Devore. Ed. Kier, 1997): “I have studied it, you did not.”